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Na região do extremo oeste de Santa Catarina, uma alternativa para as pequenas propriedades rurais vem sendo desenvolvida pela Epagri de Guarujá do Sul. Como o cultivo da uva na região costuma passar por períodos secos, a solução para o aproveitamento da área é a implantação de pastagens nativas para que ovelhas sejam criadas em consórcio com a viticultura. Desta forma, a integração lavoura-pecuária fica garantida, o produtor aumenta a renda familiar e o manejo do solo embaixo dos parreirais é realizado pelos próprios animais.
Para o engenheiro agrônomo da Epagri Jonas Marcelo Ramon, certos cuidados são fundamentais para que ambas as atividades obtenham resultados. Em primeiro lugar, é necessária uma dosagem de adubos que corresponda às exigências nutricionais das forrageiras e das videiras. Afinal, as plantações de uva exigem a reposição dos elementos. Para isso, o agropecuarista deve fazer a análise do solo para equilibrar os nutrientes em falta e recuperar os níveis de fertilidade. Além do mais, os próprios materiais orgânicos presentes nas fezes dos ovinos favorecem a adubação.
— Outros cuidados na produção da uva é com relação ao uso da calda bordalesa e do verderame, fungicidas com bastante quantidade de cobre, que, para as ovelhas, é um elemento tóxico. É preciso atenção na aplicação pois há um escorrimento do excesso de cobre que vai parar na pastagem, o que causa problemas de intoxicação nos animais — destaca Jonas, completando que as pastagens devem ser divididas em piquetes, proporcionando o rodízio pastoril das ovelhas durante o dia.
Um dos fatores mais importantes para a seleção dos animais é o fato de que os ovinos lanados tem o costume de pastar de cabeça baixa, enquanto espécies deslanadas, como a Santa Inês, tem hábitos arbustivos, o que prejudica as parreiras, mesmo se cultivadas em sistema latada, pois ovelhas e carneiros podem até mesmo comer os frutos. Já as uvas usadas na região são escolhidas de acordo com os índices de umidade, temperatura, altitude e ocorrência de doenças fúngicas. Entre as variedades estão a Isabel, Niágara, Francesa e Bordô, enquanto viníferas européias, como Cabernet e Merlot, não são adaptadas às condições climáticas do extremo oeste catarinense.
Segundo Jonas Ramon, além do bem estar animal proporcionado pela sombra das videiras sobre os animais, as vantagens do consórcio é o acréscimo de mais uma atividade para o pequeno produtor. Em Guarujá do Sul, a média é de 11,7 hectares por propriedade. Desta forma, a ovinocultura chega para aproveitar as áreas de um ou dois hectares de plantação de parreiras.
Para maiores informações, basta entrar em contato com a Epagri pelo telefone (49) 3642-0217 ou pelo e-mail emguarujadosul@epagri.sc.gov.br.
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